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Ler História 41/2001
Dossier Bilingue / Bilingual dossier
Histórias Nacionais: entre o Passado e o Futuro
National Histories: between the Past and the Future
Elenco dos Colaboradores / List of Contributors
Carlos Maurício e Magda Pinheiro
Apresentação
Presentation
Maurice Agulhon
Os Historiadores Franceses e a Ideia da França desde 1918
Les Historiens Français et l'idée de la France depuis
1918
Thomas Bender
Escrever a História Americana numa Era Global
Writing American History in a Global Age
Prasenjit Duara
Historiadores: entre o Passado e o Futuro das Nações
Historians between the Past and the Future of Nations
Gérard Noiriel
Repensar o Estado-Nação. Elementos para uma análise
sócio-histórica
Repenser l'Etat-Nation. Eléments pour une analyse socio-historique
Gyan Prakash
A Vida Incerta da Nação Moderna na Ásia Meridional
The Incertain Life of the Modern Nation in South Asia
Pedro Ruiz Torres
O Ressurgir da História Nacional em Espanha
The Revival of National History in Spain
Christopher Saunders
História e Nação na África do Sul
History and the Nation: South African Aspects
Henk Van Dijk
A Caminho de uma História Europeia
Towards a European History
Estudos
Maria Manuela Rocha
"Entre nós basta a palavra": as práticas informais
de crédito na investigação histórica
João Lourenço Roque
O "Mundo do Trabalho" e o Associativismo em Coimbra no Século
XIX (1850-1870)
Rafael Durán Muñoz
Multidimensionalidade do Estado: trabalhadores mobilizados na "Revolução
dos cravos"
Materiais da Memória
Magda Pinheiro
Associações para a História dos Caminhos de Ferro,
Fundações, Arquivos, Museus e História Ferroviária:
uma coordenação europeia em perspectiva
Recensões
Ler História 41 / 2001
Dossier Bilingue
Histórias Nacionais: entre o passado e o futuro
Carlos Maurício e
Magda Pinheiro
Apresentação
Há 50 anos, nos meios académicos ocidentais,
a disciplina da História e o Estado-Nação eram encarados
como o resultado natural de dois processos estanques. Ao resto do mundo
só lhe restava ir acedendo progressivamente ao estádio mais
avançado nestes dois domínios. Hoje sabemos que o Estado-Nação
e a Historiografia são construções sociais ligadas
ao processo de modernização experimentado no Ocidente, mas
não necessariamente no resto do mundo, e ambas imbricadas uma na
outra. Nem as aquisições epistemológicas e institucionais
da disciplina de história no Ocidente, nos últimos dois
séculos, podem ser desligadas do surgimento e afirmação
do Estado-Nação, nem o modo como este último se consolidou
pode ser compreendido sem a legitimação através do
ensino da história nacional, agora dotada de um "método
científico".
A história nacional conheceu o seu apogeu, no Ocidente, no período
que se inicia com as revoluções liberais na Europa e as
guerras de independência no continente americano, para começar
a declinar com a II Guerra Mundial e o início da descolonização
planetária. Este período é atravessado por algumas
crenças capitais. O corpo colectivo da nação e não
o reino - centrado na dinastia - torna-se doravante o verdadeiro sujeito
da história. A nação só atinge a plenitude
coma formação do Estado-Nação, tido como a
forma mais legítima de governo. Ora, a história, mediante
a produção de uma meta-narrativa, vem legitimar esta visão,
ao mesmo tempo que se torna um elemento constitutivo da identidade e da
coesão nacionais.
Após a II Guerra Mundial as histórias nacionais registaram
uma evolução dispare. Enquanto na Europa e na América
do Norte perderam em geral importância, na América Latina
mantiveram-na. Mas foi na Ásia e em África que as histórias
nacionais conheceram uma vibrante afirmação logo a seguir
à vaga das independências.
Nos círculos políticos e académicos ocidentais o
nacionalismo, com a sai concepção essencialista da nação,
passou a ser visto como um semeador de ódios entre os povos e o
causador das catástrofes recentes. As únicas excepções
provieram de nacionalidades periféricas e dos regimes nacionalistas
autoritários. Dentro deste clima, a nova história social,
com a sua ênfase nas estruturas económicas, demográficas,
sociais e culturais e a sua campanha contra a história política,
militar e diplomática conduziu à relativização
epistemológica do quadro nacional.
Entretanto, os recém-formados Estados asiáticos e africanos
viam florescer uma história nacionalista anti-colonialista. As
novas nações reivindicavam o seu próprio passado
nacional, justificativo das independências, ao mesmo tempo que colocavam
a história ao serviço do reforço dos sentimentos
patrióticos e da procura da sua identidade e do seu lugar no mundo.
Mas à semelhança do que sucedera no Ocidente, também
na Ásia e em África a história fortemente nacionalista
começou a declinar a partir dos anos 70. Fenómeno que deve
ser compreendido no quadro do esgotamento de certos modelos de nacionalismo
pós-independência, mas também da difusão de
uma historiografia
Mais atenta aos grupos sociais (classes, castas) e à história
a partir de baixo. Este declínio não significou porém
que a comunidade nacional e o Estado-Nação deixassem de
constituir unidades "naturais" de investigação
para a maioria dos historiadores de todo o mundo. É a ideologia
do Estado-Nação - mesmo quando não têm consciência
disso - quem os conduz a avaliar positivamente os fenómenos como
o reforço do Estado ou a unificação nacional, contribuindo
também para a avaliação positiva da modernização
económica e, não poucas vezes, do aprofundamento da cidadania.
Nas últimas décadas, o Estado-Nação tem estado
sujeito a múltiplos desafios e transformações. A
permeabilidade crescente das fronteiras nacionais - nos domínios
cultural, económico, político, demográfico e, ultimamente,
jurídico - tem conduzido ao enfraquecimento do modelo da soberania
do Estado nacional, sobre o qual repousa o sistema internacional desde
as revoluções liberais. Basta recordar: 1) o desenvolvimento
das organizações internacionais - FMI, NATO, etc. - conduzindo
a mudanças significativas na tomada de decisões na política
mundial; 2) a reconfiguração das soberanias nacionais em
projectos transnacionais, como a União Europeia; 3) a reestruturação
do sistema capitalista através da globalização; 4)
as pretensões secessionistas de grupos étnicos, religiosos
ou periféricos um pouco por todo o mundo ou; 5) a crescente desidentificação
de subculturas (relacionadas com a etnia, a religião ou o género)
com a nacionalidade oficial.
Intimamente associada ao destino do Estado-Nação, é
de esperar que a história nacional reflicta todos estes desafios
e transformações. Simultaneamente, sendo a disciplina académica
mais centrada na comunidade nacional, a internacionalização
da história confronta-a com problemas inexistentes nas ciências
naturais ou menos sentidos nas outras ciências humanas. Por último,
tendo-se desenvolvido em íntima relação com o Estado-Nação,
a racionalidade científica, uma visão secular do mundo e
a ideologia do progresso, o modelo historiográfico ocidental começa
a ser percebido como um instrumento informal de legitimação
da superioridade do Ocidente sobre o resto do Globo.
Em torno desta problemática gerou-se uma linha de investigação
no Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa
do ISCTE. O presente dossier é o resultado do trabalho até
agora desenvolvido, que irá culminar num seminário internacional
a realizar pelo CEHCP. O seu ponto de partida foi um convite endereçado
a trinta e seis historiadores de todo o mundo (dez africanos, sete americanos,
cinco asiáticos e catorze europeus). Mais precisamente, a vinte
e nove historiadores e sete historiadoras. Nem todos corresponderam ao
nosso convite e dos quinze que o fizeram nem todos conseguiram enviar
a tempo um texto final. A sociedade global que as novas tecnologias de
informação parecem pôr ao nosso alcance está
tão presa ao passado como pressionada pelo presente. Nem sempre
estamos disponíveis para responder a solicitações
vindas de outro canto do globo. Por outro lado, submetidos a pressões
crescentes para produzir, não raro falham os compromissos assumidos.
Não obstante a distância entre o projecto inicial e o resultado
alcançado, o conjunto de estudos que agora publicamos é
de grande valia. Ele demonstra, na sua diversidade, algumas crenças
perfilhadas pelo comum dos historiadores. A preocupação
de não se tornarem veículos de transmissão de um
novo "usable past" (nas palavras de Christopher Saunders) está
explícita em alguns dos depoimentos recolhidos e subjacente a quase
todos.
E, no entanto, as suas reflexões orientam-se para problemáticas
diferentes conforme os contextos em que foram produzidas. Isto não
exclui, como é natural, a existência de fenómenos
semelhantes em países de tradição muito diversa.
A preocupação nacionalista ante a "ignorância"
da história pátria, por vezes acompanhada pelo alarme face
ao desconhecimento da letra do hino nacional, é referida por vários
historiadores. Henk van Dijk considera mesmo que, ao ser periódica,
a sua manifestação parece ter alguma função
ritual.
Sem excluir factores de índole geracional, que tornarão
uma análise da historiografia existente mais relevante do que as
perspectivas de futuro, o contexto nacional revela ainda toda a sua importância
nos textos que agora publicamos. É ele que continua a marcar a
diversidade dos combates pela história. Naturalmente, os tempos
da história nacional são diversos na Europa, na América,
em África ou na Ásia. No entanto começam a aproximar-se
pela crise comum e pelas múltiplas pontes que a globalização
tece.
Maurice Agulhon escolheu conduzir-nos através da ideia de França
e da sua história no último século. A França
como pessoa, a França como terra de excepção, a França
como nação, constituem fios condutores. A guerra de 1914-18
não aparece como uma viragem tão importante como pareceria
à partida. Todos os grandes historiadores até à II
Guerra Mundial consideravam positivo o papel da França e merecida
a sua influência no mundo. Os consensos estendiam-se da esquerda
à direita e à literatura de vulgarização.
Só as transformações subsequente à II Guerra
Mundial (descolonização, hegemonia cultural americana, etc.)
mudaram esta percepção. A nação principiou
a ser vista como uma obra-prima em perigo. As Histórias de França
multiplicam-se a partir dos anos 50. Nos anos 80, os historiadores da
historiografia iniciam a desmistificação radical da história
pátria. A História de França é agora abordada
como uma construção, como um objecto intelectual que pode
ser analisado criticamente. E a mitologia nacional emerge enquanto objecto
de estudo. Um exemplo: a banda desenhada de Astérix. Um Astérix
invencível, irredutível, que resiste ao mundo romano. Uma
nação que se vê como anti-imperial quando já
não tem os meios de o ser. Um mito de resistência à
globalização.
Do outro lado do Atlântico, Thomas Bender reconhece ser prematura
a visão de um mundo pós-nacional. O seu ensaio mostra, porém,
que a historiografia dos EUA tem aprofundado, nas últimas décadas,
o estudo de diversas subculturas no interior da nação e,
mais recentemente, se vem esforçando por pensar o passado nacional
num contexto espacio-temporal mais amplo. A afirmação de
uma história multicultural, nos anos 80, preocupou os nacionalistas
liberais, que temiam uma "balcanização" da história
americana, e alimentou debates em revistas científicas. A reconstituição
de uma narrativa histórica capaz de entrelaçar tempos e
contextos estabelecendo-lhes a importância relativa constitui, para
Bender, o essencial do combate histórico actual. Como novos campos
de pesquisa emergem a história nacional do ambiente, das migrações,
das fronteiras, do trabalho e da influência cultural americana no
estrangeiro. E afirma-se a necessidade da historiografia norte-americana
quebrar o isolamento anterior através de uma perspectiva comparada.
O autor termina com uma interrogação: Quem irá subsidiar
a investigação de uma história cosmopolita?
Prasenjit Duara distingue três tendências, ou temporalidades,
na historiografia mundial do último meio século. Nos países
ocidentais, com uma tradição académica antiga, verificar-se-ia
uma desconstrução da história nacional. Nos países
emancipados após a II Guerra Mundial haveria uma resistência
a esta desconstrução. Estas tendências encontram-se
porém, noas nossos dias, sob o impacto crescente da globalização.
As controvérsias em torno dos livros escolares seriam uma resposta
à percepção de que as apropriações
multiculturais ocorrem a expensas das lealdades à nação.
No entanto, o reviver das reacções nacionalistas teria também
outro significado. A globalização do capital tenderia a
colocar o Sul e o Norte numa temporalidade comum sob a sua dominância.
A resposta mais observável seria uma intensa adesão aos
mitos nacionalistas. A volatilidade destes sentimentos seria enorme, desterritorializando-se
facilmente em sentimentos mais amplos, como o nacionalismo hindu ou a
Grande China. Este novo nacionalismo, considera Duara, continuará
a requerer a história como principal meio de produzir identidade.
Conscientes dessa inevitabilidade, os historiadores deverão aprofundar
a compreensão crítica do seu próprio ofício.
O contributo de Gerard Noiriel situa-se a um outro nível. É
a proposta de uma programa de investigação sobre a própria
construção do Estado nacional. Um campo de pesquisa que
reuniria todas as práticas sociais desenvolvidas pelos indivíduos
enquanto membros da mesma comunidade soberana. Essa investigação
incidiria sobre os processos materiais necessários à constituição
de ligações entre os cidadãos. Os processos de nacionalização
das sociedades deviam ser encarados nas suas diversas vertentes, congregando
interesse, opressão e sentimentos de pertença. Nessa medida,
os grupos nacionais seriam também fabricados pelo Estado que eles
próprios fabricam. A história nacional seria parte desse
processo através do ensino, mas a pertença ao Estado não
aboliria outros elementos de identidade como o género, a profissão,
etc.
Gyan Prakash começa por perspectivar a história da Índia
britânica à luz da imposição imperialista de
um espaço nacional habitado por um "povo". No entanto,
os nacionalistas também teriam de perspectivar a história
da Índia enquanto afirmação da diferença face
à dominação colonial. Por isso, até aos anos
70, as identidades baseadas em castas, religião ou língua
teriam sido silenciadas em prol da emancipação da nação
e em nome da sua modernização. A crise dos programas modernizadores,
ao destruir os compromissos em que se baseavam, seria acompanhada pela
emergência dos Estudos Subalternos incidindo sobre o género,
as castas, a língua e a cultura. Daqui resultou uma crítica
ao nacionalismo e à história nacional que possibilitou aos
historiadores um maior distanciamento crítico face a realidades
anteriormente inquestionadas no Ocidente. Para Prakash, a globalização
traz um desafio à historiografia mas, fora da Europa, escrever
uma história pós-nacional não será empreendimento
inteiramente novo.
Pedro Ruiz Torres optou por centrar o seu estudo no ensino da história
em Espanha. Aqui, a crítica da história nacionalista, após
ter contribuído para a queda do franquismo, teria dado origem a
uma multiplicação de perspectivas sujeitas a um constante
revisionismo. Os movimentos nacionalistas periféricos e o Estado
central bater-se-iam pelo controle do ensino de uma história tradicional,
de tipo cronológico, baseada nas grandes figuras e nos factos significativos.
Apenas mudariam as entidades em apreço. Em contraste com esta perspectiva,
o autor defende uma micro-história social que ajudaria a promover
uma visão histórica numa época em que, citando Ryzard
Kapuscinski, seria possível encontrar "o mundo global em cada
aldeia".
A segregação racial vivida até 1994 na África
do Sul teve, segundo Christopher Saunders, consequências evidentes
na escrita da história. Desde os anos 20 que a perspectiva racial
foi criticada por historiadores liberais, escrevendo em língua
inglesa, no entanto estes historiadores não teriam utilizado o
conceito de nação mas antes o de sociedade em comum. Desde
meados dos anos 60 despontou na historiografia sul-africana a tendência
para uma história vista de baixo, valorizando questões de
classe em detrimento da raça. O ANC teria perfilhado esta visão,
enquanto emergia uma consciência negra com a consequente projecção
de um passado negro. Contrariamente ao que sucedeu noutros países
africanos, não apareceu na África do Sul pós-apartheid
uma nova história nacionalista. Se, por um lado, a crise da profissão
atingiu proporções que levaram ao fecho do South African
Historical Journal, por outro lado o governo tem salientado a necessidade
de aprendizagem da História como a melhor via para os jovens adquirirem
valores apropriados. Christopher Saunders questiona-se, contudo, sobre
a qualidade de uma "usable history".
No seu percurso através da produção histórica
ocidental do último século, Henk van Dijk salienta alguns
percursores, como Burkhardt ou Huizinga, que no domínio específico
da história cultural ultrapassaram o quadro nacional. Todavia,
mesmo Huizinga terá valorizado a representação da
Holanda enquanto país tolerante e humanista. Dificilmente os historiadores
se podiam furtar ao papel de padres, professores e guias da Nação.
A crise da disciplina, manifesta na sua perda de influência universitária,
que acompanhou os debates em torno da nação, poderá
em seu entender ser ultrapassada através da perspectiva comparada.
A progressiva adopção desta perspectiva exige, porém,
uma séria reflexão metodológica. Por debaixo da uniformidade
aparente, fruto de muitos dos dados e documentos serem produzidos numa
perspectiva nacional, escondem-se muitas dissimetrias geográficas
e sociais. Por outro lado, as comparações poderão
fazer realçar novas lógicas.
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Estudos
Maria Manuela Rocha
"Entre nós basta a palavra":
as práticas informais de crédito na investigação
histórica
Este artigo sublinha a importância do crédito
informal como campo temático que justifica a incidência
de novas investigações. Ao clarificar a noção
de crédito informal, sugere-se que o elemento central na sua
definição consiste na função da palavra
dada pelos intervenientes, a qual constitui um sinal da qualidade das
relações sociais que ligavam os participantes do acto
de crédito. A partir do que tem sido escrito sobre o crédito
informal e analisando estas práticas em Lisboa entre 1770 e 1830
apresentam-se as características essenciais deste tipo de crédito:
a importância da confiança inter-pessoal; os riscos e a
fragilidade deste sistema de crédito; a natureza das ligações
sociais; económicas e políticas que envolviam credores
e devedores; as funções que o crédito informal
cumpria.
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João Lourenço Roque
O "mundo do trabalho" e o associativismo em Coimbra no século
XIX (1850-1870)
Este artigo cinge-se a Coimbra (espaço urbano
e periferias), cuja dimensão universitária se repercutia
na paisagem económica, social e cultural. Uma paisagem "dual",
matizada de pluralidades socio-profissionais decorrentes do relevo dos
"serviços" e das estruturas produtivas vincadamente
artesanais. Referenciam-se, num quadro de transição, imagens
do mundo laboral - oscilando entre a condição burguesa
e proletária (mesmo "marginal" - e do associativismo,
realçando-se as sociedades de socorros mútuos que visavam
(articulando conservadorismo e promoção social) atenuar
a desprotecção dos trabalhadores e imprimir novos valores,
comportamentos e solidariedades. Associativismo de homens, mas também
de mulheres com a pioneira Associação Conimbricence do
Sexo Feminino.
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Rafael Durán Muñoz
Multidimensionalidade do Estado: trabalhadores mobilizados na "Revolução
dos Cravos"
O Estado é um actor complexo que deve
ser tomado em linha de conta quando se analisam tanto as alterações
sociais como os processos de mudança de regime. Ambos são
afectados pelas percepções no que respeita a vontade e
a capacidade do Estado para agir. Como este estudo demonstra, o carácter
multidimensional do Estado é um factor crucial que determina
a natureza da acção colectiva durante as transições
para a democracia representativa. Os meios de pressão e de protesto
operário entre o 25 de Abril de 1974 e o 25 de Novembro de 1975
demonstram o argumento deste trabalho.
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