Ler História 61 / Dezembro de 2011


Dossier: Novas Perspetivas na História dos Transportes

Luís Espinha da Silveira , Daniel Alves, Nuno Miguel Lima, Ana Alcântara e Josep Puig-Farré
Caminhos de ferro, população e desigualdades territoriais em Portugal, 1801-1930

Magda Pinheiro, Nuno Miguel Lima e Joana Paulino
Espaço, tempo e conectividade. A situação dos transportes e vias de comunicação em finais do século XIX

Estudos

David Martín Marcos
Visiones españolas de algunos anhelos prohibidos en el Portugal de los Braganza (1668-1700): en torno a una nueva Unión Ibérica.

Ismael Cerqueira Vieira
O pioneirismo da Madeira no tratamento da tuberculose em meados do século XIX.

Maria Fernanda Rollo, Maria Inês Queirós, Tiago Brandão
Pensar e Mandar fazer Ciência. A criação da Junta de Educação Nacional e a política de organização científica do Estado Novo

José D'Assunção Barros
A Historiografia Pós –Moderna

 

Críticas e Debates

Isabel Corrêa da Silva
O «letrado patriota»: elites, ideologia e nação no processo de emancipação política Ibero-americano. Roteiro bibliográfico


 

Resumos

Ler História 61 / Dezembro de 2011

Caminhos-de-ferro, população e desigualdades territoriais em Portugal, 1801-1930

Luís Espinha da Silveira, Daniel Alves, Nuno Miguel Lima, Ana Alcântara e Josep Puig-Farré
A historiografia sobre os caminhos de ferro em Portugal tem analisado o seu impacto no país como um todo, dando pouca atenção à sua influência na dinâmica populacional. Este artigo defende que os caminhos de ferro estimularam o crescimento da população nas áreas servidas por esta infraestrutura, contribuíram para o desenvolvimento urbano e incentivaram as migrações internas. Porém, os seus efeitos foram desiguais, pois a ferrovia beneficiou as zonas já prósperas (Norte Atlântico), tendo uma influência negativa em regiões com maiores debilidades estruturais (Norte Interior). Além disso, não foi capaz de atrair uma significativa população migrante.

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Espaço, tempo e conectividade. A situação dos transportes e vias de comunicação em finais do século XIX

Magda Pinheiro, Nuno Miguel Lima e Joana Paulino
No século XIX, com a construção de canais e a introdução dos caminhos de ferro, a relação entre o espaço e o preço dos transportes estava em plena mutação. Tal devia criar, segundo os pressupostos liberais, igualdade de condições de acesso ao mercado. Este artigo debruça-se sobre a situação dos transportes em Portugal no fim do século XIX, dispomos de um inquérito às câmaras municipais feito na época. O tratamento deste inquérito é realizado com recurso a Sistemas de Informação Geográfica (SIGs), o que permite apresentar este problema sob uma nova luz.

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Visiones españolas de algunos anhelos prohibidos en el Portugal de los Braganza (1668-1700): en torno a una nueva Unión Ibérica

David Martín Marcos
O Tratado de Madrid de 1668 sagrou o reconhecimento da independência de Portugal, após quase três décadas de luta entre Espanha e Portugal. Progressivamente, os laços entre ambos os lados da fronteira foram-se diluindo, não sem que se levantassem algumas vozes contrárias a este processo. Este artigo analisa alguns desses movimentos de oposição à separação dos reinos peninsulares. Incide, ainda, na aposta de D. Pedro II em formar uma monarquia hispânica de signo português, aproveitando a crise sucessória de Carlos II, demonstrando que a ideia de União Ibérica não tinha desaparecido totalmente nos finais do século XVII.

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O pioneirismo da Madeira no tratamento da tuberculose em meados do século XIX

Ismael Cerqueira Vieira
Na primeira metade do século XIX, pelo seu clima ameno e tonificante, a ilha da Madeira tornou-se um centro terapêutico procurado por doentes tuberculosos portugueses e estrangeiros. Este artigo pretende analisar as condições naturais e políticas que permitiram à Madeira tornar-se uma estância climatoterápica e explicar o nascimento, desenvolvimento e gestão do primeiro hospital português para tratamento de tuberculosos, criado no Funchal, entre 1853 e 1858.

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Pensar e Mandar fazer Ciência. A criação da Junta de Educação Nacional e a política de organização científica do Estado Novo

Maria Fernanda Rollo, Maria Inês Queiroz e Tiago Brandão
Acompanhando o progressivo reconhecimento e valorização da ciência no início do século XX, nasceu a ideia de se criar um organismo autónomo, vocacionado para promover e organizar o fomento científico em Portugal. A Junta de Educação Nacional, constituída em 1929, foi a primeira instituição que teve por vocação promover e apoiar o desenvolvimento e a organização da ciência em Portugal. Este artigo traça a génese da JEN, numa leitura sobre os princípios e pressupostos que estiveram na sua origem, acompanhando e interpretando a sua actividade no contexto da relação entre a ciência e o Estado Novo.

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A historiografia pós-moderna

José D'Assunção Barros
Neste artigo discute-se o conceito de Pós-Modernidade na sua aplicabilidade relativa à Historiografia, apresentando um panorama envolvendo as diversas posições dos historiadores com relação ao pós-modernismo historiográfico. Quais são as principais características da historiografia pós-moderna, e que historiadores podemos trazer como exemplos possíveis de se enquadrarem nesta categoria? Qual o contexto de surgimento e atualização deste debate nas décadas recentes? O artigo procura situar estas questões diante de referências bibliográficas que se têm tornado já clássicas para o tema.

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