Ler História 62 / Dezembro de 2012


Dossier: Interdisciplinaridade em acção em contextos rurais

Dulce Freire e Victor Pereira
Introdução

Dulce Simões
Memórias da guerra civil de Espanha em Barrancos

Inês Fonseca
Aivados / Baixa da Banheira / Movimentos de Precários: em torno do trabalho etnográfico

Marta Silva
Redes de emigração clandestina no concelho de Penedono (1960-1974)

Estudos

Álvaro Garrido
Assistência e previdência: a acção social das Casas dos Pescadores (1933-1968)

Virgínia Baptista
Participação feminina no movimento mutualista: da monarquia ao Estado Novo

Rui Duarte
Desenvolvimento do processo conspirativo militar na Guiné até ao 25 de Abril de 1974

Antonio Moliner Prada
Memoria de la Constitución de Cádiz en la España del siglo XIX

Deivy Carneiro
Relações de género e violência verbal em Juiz de Fora (Minas Gerais)

 

Espelho de Clio

Eric J. Hobsbawm: 1917-2012
Textos de Miriam Halpern Pereira, Fátima Sá e Melo Ferreira, Carlos Maurício e Maria Fernanda Rollo.


Materiais da Memória

Lembrando o movimento estudantil de 1962
Testemunhos de José Medeiros Ferreira, Isabel do Carmo e Octávio Quintela


Recensões

 

Resumos

Ler História 62 / Dezembro de 2012

Assistência e previdência no mar português. A acção social das Casas dos Pescadores (1933-1968)

Álvaro Garrido
Apoiado numa ordem política autoritária e definindo o corporativismo como a ideologia oficial do Estado, o regime de Salazar abordou a «questão social». Apesar de modestos, são definidos benefícios sociais atribuídos no âmbito da chamada previdência corporativa. Alertando para as cautelas metodológicas que a abordagem da questão exige, este artigo analisa um particular organismo corporativo determinado para o mundo marítimo, definido na lei de bases da previdência corporativa como «instituições de previdência»: as Casas dos Pescadores.
Palavras-chave: Estado Novo, Corporativismo, Previdência, Casas dos Pescadores.

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Participação feminina no movimento mutualista – do final da Monarquia ao Estado Novo

Virginia Baptista
Desde finais do século XIX até ao Estado Novo as mulheres participaram no movimento mutualista e, como este estudo confirma, tiveram um papel de destaque nos bairros mais populares e operários da cidade de Lisboa. Contudo, as mulheres, segundo as visões da época, foram discriminadas na sua participação activa nas associações de socorros mútuos mistas e só algumas associações particularizaram a sua condição de trabalhadoras e mães. Daí a fundação de associações constituídas só por mulheres, elemento central de análise neste artigo.
Palavras-chave: Mutualismo; Mulheres; Discriminação; Modalidades de risco.

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O desenvolvimento do processo conspirativo militar na Guiné até ao 25 de Abril de 1974

Rui Filipe de Brito Camacho Duarte
A 25 de Abril de 1974, Portugal despertava com um golpe militar depois de um longo período de regime ditatorial, iniciado a 28 de Maio de 1926 e fossilizado sob a forma do Estado Novo. Os militares revoltosos decidiram tomar o poder com vista à mudança do paradigma governativo vigente, que persistia no arrastamento de uma guerra ultramarina sem fim aparente. Este artigo é fruto de uma investigação que procurou averiguar como se desenvolveram, na Guiné-Bissau, vários movimentos de militares contestatários e, posteriormente, conspirativos, cuja acção viria a contribuir para o derrube do governo metropolitano.
Palavras-Chave: Descolonização; Guiné-Bissau; 25 de Abril; Movimento das Forças Armadas.

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A memória da Constituição de Cádis na Espanha do século XIX

Antonio Moliner Prada
A proclamação da Constituição de Cádis de 1812 é um marco importante da História Contemporânea da Espanha. Introduz princípios políticos inovadores, modernos e, para a época, revolucionários. «A Pepa», nome pelo qual ficou conhecida, converteu-se no instrumento legal para a construção de um Estado liberal e numa referência no processo de construção da nação espanhola moderna. A Constituição de Cádis orientou os liberais espanhóis no exílio e foi bandeira do liberalismo em 1820. A sua marca encontra-se nos processos constituintes de 1837, 1856, 1869 e, em parte, de 1931. Apesar de seu fracasso, após 1814, a memória da Constituição de Cádis tornou-se o símbolo da liberdade para os espanhóis de todas as épocas.
Palavras-chave: Constituição de Cádis, Espanha, Liberalismo.

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Mulheres honestas e que a todos tratam bem. Relações de género e violência verbal em Juiz de Fora (Minas Gerais)

Deivy Ferreira Carneiro
O objetivo deste artigo é analisar a honra feminina e as relações de género em Juiz de Fora, Minas Gerais (Brasil), entre os anos de 1854 e 1941. Foram examinados 294 processos-crime de calúnia e injúria abertos entre os 223 anos acima citados com o intuito de perceber de que forma a reputação sexual feminina serviu como forma de interação e regulamentação das relações comunitárias. Observou-se que na maior parte dos casos, as ofensas foram dirigidas contra quebras de normas sociais praticadas por mulheres que por isso, foram lembradas do papel social que lhes era devido na comunidade em que viviam.
Palavras-chave: Crime, Mulher; Relações de Género; Violência Verbal.

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