Ler História 65 / Dezembro 2013
Dossier: O Corpo do Estado-Maior do Exército Português: Apogeu e Queda
Luís Nuno Rodrigues
Apresentação
Daniel Marcos
A NATO e o Corpo de Estado-Maior: implicações para a instrução dos oficiais
João Campos Neves
A «refundação» do Corpo do Estado-Maior do Exército português no século XX
Luís Nuno Rodrigues
Militares e política: a Abrilada de 1961 e a resistência do salazarismo
Estudos
Ana Isabel Buescu
A livraria de D. Teodósio (1510?-1563), duque de Bragança e sua dimensão numa perspectiva comparada
Célia Reis
A Índia na Câmara dos Deputados – Aspetos económicos e financeiros. 1885-1910
Diogo Campos Rodrigues
Maia Magalhães: um militar «demmocrático» na Grande Guerra e na resistência ao sidonismo
Fátima da Cruz Rodrigues
A desmobilização dos combatentes africanos das Forças Armadas Portuguesas da Guerra Colonial (1961-1974)
José D'Assunção Barros
Retrodição – Um problema para a construção do tempo histórico
Materiais da Memória
Carlos Maurício
Um longo degelo: a Guerra Colonial e a descolonização nos ecrãs portugueses (1974-1994). Um inventário
Recensões
Resumos
Ler História 65 / Dezembro 2013
A NATO e o Corpo de Estado-Maior: implicações para a instrução dos oficiais
Daniel Marcos
O objetivo deste artigo é analisar de que forma a adesão de Portugal à NATO contribuiu para a evolução da formação dos oficiais do Corpo de Estado-Maior e que consequências a participação nesta organização internacional teve para as especificidades portuguesas, como era o caso da existência de um Corpo de Estado-Maior, independente dos vários quadros das armas e serviços do Exército. No final, procuraremos demonstrar que a participação portuguesa no Pacto do Atlântico foi fundamental para alterar a forma como a instrução de Estado-Maior se passou a fazer em Portugal não conseguindo, contudo, pôr fim às especificidades da existência de um Corpo de Estado-Maior fechado.
Palavras-chave: NATO; Portugal; Corpo de Estado-Maior; Instrução.
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A refundação do Corpo do Estado-Maior do Exército português no século XX
João Neves
Este artigo versa essencialmente sobre a refundação do Corpo do Estado-Maior (CEM), órgão de elite do Exército português, existente desde o século XIX e refundado em 1937, no período de consolidação política e ideológica do Estado Novo. Analiso os fundamentos políticos e militares da sua reorganização enquanto corpo de elite e «cérebro» teórico do Exército, tal como as relações de poder entre Salazar e a elite militar.
Palavras-chave: Corpo do Estado-Maior; Exército Português; Refundação; Reformismo Militar.
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Militares e Política: a Abrilada de 1961 e a Resistência do Salazarismo
Luís Nuno Rodrigues
Este artigo debruça-se sobre a tentativa de golpe de Estado ocorrida em Portugal, em abril de 1961, que envolveu algumas figuras cimeiras da hierarquia militar portuguesa e do Corpo de Estado-Maior do Exército, incluindo o próprio ministro da Defesa Nacional, general Botelho Moniz. Esta conspiração tinha por objetivo derrubar não apenas o chefe do governo, Oliveira Salazar, mas também o próprio Presidente da República, Américo Tomás. Foi a chamada «Abrilada de 1961», a última tentativa significativa de intervenção militar na vida política portuguesa antes de 1974. Analisam-se aqui as origens da conspiração, o contexto nacional e internacional, os seus momentos mais relevantes, as causas do seu fracasso e as consequências para o regime e para a sua política colonial.
Palavras-chave: Abrilada de 1961; Estado Novo; Corpo de Estado-Maior; Política Colonial.
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A livraria de D. Teodósio (1510?-1563), duque de Bragança. A sua dimensão numa perspectiva comparada
Ana Isabel Buescu
O presente ensaio procura definir a livraria de D. Teodósio, 5.º duque de Bragança, em função de dois critérios principais: o da sua inserção no inventário geral do património do duque através do inventário post-mortem, onde os livros se incluem, aferindo da sua importância quantitativa enquanto objecto; em segundo lugar, procuraremos avaliar a sua dimensão através de uma perspectiva comparada com outras livrarias aristocráticas e régias suas contemporâneas. Podemos afirmar, com segurança, que com a absoluta excepção da livraria de Fernando Colón, a livraria de D. Teodósio foi uma das grandes livrarias do Renascimento.
Palavras-chave: Inventários; Livrarias; D. Teodósio, duque de Bragança.
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A Índia na Câmara dos Deputados - Aspetos económicos e Financeiros. 1885-1910
Célia Reis
As questões coloniais tornaram-se centrais na vida portuguesa do final do século XIX e o Parlamento refletiu-as, mais através do debate do que da decisão. Este artigo mostra como os assuntos de uma colónia longínqua, no espaço e na ligação à metrópole, foram equacionados na Câmara dos Deputados, quais os seus principais aspetos e a dimensão que ocuparam. Entre eles ganhou relevo o fim do Tratado da Índia, com as modificações inerentes, e o caminho-de-ferro de Mormugão.
Palavras-chave: Colónias; Índia; Economia; Parlamento.
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Maia Magalhães: um militar democrático na Grande Guerra e na resistência ao Sidonismo
Diogo Rodrigues
Apresenta-se um estudo biográfico sobre Maia Magalhães, analisando a sua participação na Campanha do Sul de Angola e na organização do CEP durante a Grande Guerra, assim como o seu subsequente envolvimento no movimento militar que derrubou a República Nova e sepulta a Monarquia do Norte. Por ser membro destacado da elite militar afeta ao Partido Democrático (PRP), Maia Magalhães afigura-se como objeto de estudo que permite compreender as redes de influência e rutura entre o aparelho militar e os poderes políticos vigentes de 1916 a 1919.
Palavras-chave: Maia Magalhães; I Guerra Mundial; Corpo Expedicionário Português; Partido Democrático (PRP).
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A desmobilização dos combatentes africanos das Forças Armadas Portuguesas da Guerra Colonial (1961-1974)
Fátima Rodrigues
Nas guerras que marcaram os últimos anos da presença colonial portuguesa em África, Portugal recrutou mais de 400 mil africanos para as suas Forças Armadas. Neste artigo, pretende-se apresentar os resultados de uma pesquisa que procurou saber como foi ponderada a situação desses combatentes no final dessa Guerra e como os seus países de origem os acolheram logo após as suas independências.
Palavras-chave: Colonialismo; Pós-colonialismos; Guerras Coloniais; Antigos combatentes.
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Retrodição – Um problema para a reconstrução do tempo histórico
José D'Assunção Barros
Este artigo reflete sobre o problema metodológico da retrodição historiográfica. É discutida inicialmente a questão do finalismo na abordagem teleológica da História. Na sequência, examina-se a verdadeira questão que envolve este e outros problemas presentes na construção das explicações historiográficas: a retrodição. Depois de esclarecimentos teórico-metodológicos sobre a questão, com exemplos historiográficos diversos, desenvolvemos comentários mais específicos sobre dois autores que elaboraram uma perceção pioneira acerca deste problema – Friedrich Nietzsche e Walther Benjamin. O artigo finaliza discutindo desdobramentos mais recentes desta questão na historiografia, abordando autores como Josep Fontana e Ranajit Guha.
Palavras-chave: Retrodição; Teleologia; Historiografia; Nietzsche; Walther Benjamin.
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Um longo degelo: a guerra colonial e a descolonização nos ecrãs portugueses (1974-1994). Um inventário
Carlos Maurício
No último meio-século, a construção das representações e imagens coletivas tem passado crescentemente pelo cinema e pela televisão. Alguns teóricos defendem mesmo que o conceito de «picturial turn» se tornou tão importante como o de «linguistic turn» havia sido algumas décadas atrás. O presente inventário abarca todas as narrativas para ecrã, realizadas em Portugal entre 1974 e 1994, que tenham como tema a guerra colonial e/ou a descolonização.
Palavras-chave: Guerra colonial; Descolonização; Cinema e TV; Memórias.
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